MURILO MELO FILHO, TERCEIRO POTIGUAR NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

domingo, 28 de março de 2021

MURILO MELO FILHO

 


Sexto ocupante da Cadeira nº 20, eleito em 25 de março de 1999, na sucessão de Aurélio de Lyra Tavares e recebido em 7 de junho de 1999 pelo Acadêmico Arnaldo Niskier.

Murilo Melo Filho nasceu em Natal no dia 13 de outubro de 1928. Filho de Murilo Melo e de Hermínia de Freitas Melo, é o mais velho de uma irmandade de sete. Fez o curso primário no Colégio Marista e o colegial no Ateneu Norte-Riograndense. Aos 12 anos, ainda de calças curtas, começou a trabalhar no Diário de Natal, com Djalma Maranhão, escrevendo um comentário esportivo e ganhando o salário de 50 mil réis por mês. Trabalhou, a seguir, em A Ordem, com Otto Guerra, Ulysses de Góes e José Nazareno de Aguiar, e em A República, com Valdemar de Araújo, Rivaldo Pinheiro, Aderbal de França, Luís Maranhão e Luís da Câmara Cascudo; na Rádio Educadora de Natal, com Carlos Lamas, Carlos Farache e Genar Wanderley; e na Rádio Poti, com Edilson Varela e Meira Filho.

Aos 18 anos, veio para o Rio, onde estudou no Colégio Melo e Souza e foi aprovado em concursos públicos para datilógrafo do IBGE e do Ministério da Marinha, ingressando a seguir no Correio da Noite, como repórter de polícia.

Trabalhou seguidamente na Tribuna da Imprensa, com Carlos Lacerda; no Jornal do Commercio, com Elmano Cardim, San Thiago Dantas e Assis Chateaubriand; no Estado de S. Paulo, com Júlio de Mesquita Filho e Prudente de Moraes Neto; e na Manchete, com Adolpho Bloch.

Estudou na PUC e na Universidade do Rio de Janeiro, pela qual se formou em Direito. Chegou a advogar durante sete anos. Costuma dizer que quem se forma em Direito pode até advogar.

Como repórter free-lancer, entrou para a Manchete, criando a seção "Posto de Escuta", que escreveu durante 40 anos. Nessa mesma época, dirigiu e apresentou na TV-Rio, com Bony, Walter Clark e Péricles do Amaral, o programa político Congresso em Revista, que ficou no ar ininterruptamente durante sete anos, sendo a princípio produzido e apresentado no Rio e, depois, em Brasília.

Viveu na Nova Capital durante o atribulado qüinqüênio de 1960 a 1965, que testemunhou em centenas de reportagens. Construiu ali a sede de Bloch Editores e da Manchete e foi, a convite de Darcy Ribeiro e de Pompeu de Souza, professor de Técnica de Jornalismo na Universidade de Brasília.

Sempre em missões jornalísticas, acompanhou os ex-presidentes Juscelino Kubitschek a Portugal; Jânio Quadros a Cuba; João Goulart aos Estados Unidos, ao México e Chile; Ernesto Geisel à Inglaterra e à França; e José Sarney a Portugal e aos Estados Unidos.

Cobriu a Guerra do Vietnã, com o fotógrafo Gervásio Baptista, em 1967, e foi o primeiro jornalista brasileiro a cobrir a Guerra do Camboja, com o fotógrafo Antônio Rudge, em 1973, tendo chegado a Saigon e Phnom-Penh, via Tóquio.

Em audiências, contatos, entrevistas, recepções e visitas, esteve com alguns dos líderes que escreveram a história do mundo na segunda metade do século XX, entre outros: os presidentes Eisenhower, Kennedy, Nixon e Reagan, na Casa Branca, em Washington; os presidentes Charles de Gaulle e Giscard d’Estaing, no Palais d’Elysée, em Paris; Salazar, Spínola, Caetano e Mário Soares, em Lisboa; Thatcher, em Londres; Adenauer, em Bonn; Nasser e Anuar-el-Sadat, no Cairo; Ben Gurion, Golda Meir, Moshé Dayan, Itzak Rabin, Simon Peres e Albert Sabin em Jerusalém; Indira Ghandi, em Nova Delhi; Raul e Fidel Castro, Raul Roa e ‘Che’ Guevara, em Havana; Perón, Evita, Frondizi e Menem, em Buenos Aires; Eduardo Frei, o pai, em Santiago do Chile; o General Van Thiê, no Vietnã do Sul, e Ho-Chi-Min, no Vietnã do Norte; Elizabeth II, Craveiro Lopes, Selassié e Sukarno, em Brasília.

Conheceu os picos gelados de Zermat na Suíça e as geleiras de Anchorage e do Pólo Ártico; os desertos (americano) de Nevada e (africano) do Saara; o calor da Galiléia, do Mar Morto e das tórridas plantações de café na Costa do Marfim; a neve de Kiev e dos Montes do Ural na antiga União Soviética; as nevascas de Helsinque e de Oslo; os templos budistas de Angfor e de Phnom-Penh no Camboja; de Bangok na Tailândia e de Kyoto no Japão; as ruas sujas do Harlem em Nova York e do Cairo no Egito; os lugares santos de Roma e de Jerusalém.

Foi 32 vezes à Europa, 27 aos Estados Unidos, quatro à América do Norte, duas à Ásia e duas à África. Lamenta apenas que só a primeira dessas viagens, a Roma, no Ano Santo de 1950, tenha sido possível fazer de navio.

Casado com D. Norma, têm três filhos: Nelson, Fátima e Sérgio. É oficial da reserva do CPOR e recebeu as Medalhas de Tamandaré e de Santos Dumont (Grande Oficial); das Ordens dos Méritos Militar, Naval, Aeronáutico (Oficial); Judiciário (Grã-Cruz); Cívico e Cultural (Comendador); Jornalístico; de Miguel de Cervantes, de Câmara Cascudo e da Ordem do Rio Branco (Cavaleiro), concedida pelo Itamaraty.

Foi eleito unanimemente para membro titular da Academia Norte-Riograndense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 19, na sucessão do Acadêmico Nilo Pereira; do PEN Clube do Brasil e da Academia Brasileira de Letras, na Cadeira nº 20, sucedendo a Aurélio de Lyra Tavares, da Academia Carioca de Letras, na Cadeira nº 8, em substituição a Paschoal Villaboim Filho. 

É membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e membro da União Brasileira de Escritores - UBE e da Academia Teresopolitana de Letras, substituindo, na cadeira nº 13, ao Acadêmico Oswaldo Pereira de Oliveira.

Representou a ABL na entrega do Prêmio João Ribeiro à Academia Mato-grossense de Letras, Cuiabá; no 40º aniversário de criação da Sudene, Recife; na posse do Acadêmico Ariano Suassuna na Academia Paraibana de Letras, João Pessoa; na homenagem prestada pela Academia Norte-Riograndense de Letras, Natal; no Centenário da Academia Pernambucana de Letras, Recife; no 13º Forum Nacional do BNDES, Rio de Janeiro; e na homenagem prestada ao Acadêmico Celso Furtado em comemoração aos 40 anos da Sudene.

Na ABL,foi eleito Tesoureiro, Segundo-Secretário e Diretor da Biblioteca Rodolfo Garcia.

Em companhia de Arnaldo Niskier, R. Magalhães Jr. e Joel Silveira, escreveu Cinco dias de junho, sobre a Guerra de Israel.

Com Adonias Filho, Amando Fontes, Cassiano Ricardo, Gustavo Corção, Hélio Silva, Josué Montello, Octavio de Faria, Rachel de Queiroz e Walmir Ayala, é um dos autores do livro O assunto é padre.

Com Carlos Lacerda, Darwin Brandão, David Nasser, Edmar Morel, Francisco de Assis Barbosa, João Martins, Joel Silveira, Justino Martins, Otto Lara Resende e Samuel Wainer, escreveu o livro Reportagens que abalaram o Brasil.

Com textos de Gilberto Freyre, Josué Montello, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Antônio Houaiss, Raimundo Magalhães Jr., Eduardo Portella, Ronaldo Cunha Lima e Humberto Nóbrega, é um dos autores do livro Augusto dos Anjos – A saga de um poeta.

Lançou O desafio brasileiro, com prefácio do ex-Ministro Reis Velloso, que vendeu 80 mil exemplares em 16 edições sucessivas, ganhando com ele o Prêmio Alfred Jurzykowski, da Academia Brasileira de Letras, como o Melhor Ensaio do Ano.

Este livro permaneceu durante várias semanas nas listas dos best sellers de livrarias brasileiras e foi adotado na cadeira de Estudos e Problemas Brasileiros de várias universidades, às quais o autor compareceu para debates com estudantes e professores.

A versão espanhola foi lançada em Madri, pelo Editorial Pomaire, com o título de El desafio Brasileño, tendo vendido 10 mil exemplares.

Escreveu em seguida O modelo brasileiro, lançado pela Editora Bloch, com prefácio do professor e ex-Ministro Mário Henrique Simonsen, que vendeu 15 mil exemplares em três edições e lhe granjeou o Prêmio Juca Pato, da Associação Paulista de Escritores.

Publicou, ainda, O Progresso Brasileiro, pela Biblioteca do Exército; Memória viva, por Bloch Editores; O nosso Rio Grande do Norte, pela Editora Consultor, e Rio Grande do Norte - Imagem e palavra, todos eles com cinco mil exemplares, cada.

Na companhia dos jornalistas Barbosa Lima Sobrinho, Villas-Boas Corrêa, Pedro do Couto, Marcio Alves, Rogério Coelho Neto e Paulo Branco, escreveu o livro Crônica política do Rio de Janeiro, editado pela Fundação Getúlio Vargas.

Mais recentemente, em 1997, lançou o livro Testemunho político, pela Editora Bloch, com prefácio do ex-Presidente, Senador e Acadêmico José Sarney além de apresentações dos Acadêmicos Arnaldo Niskier, Carlos Heitor Cony e Barbosa Lima Sobrinho, com 10 mil exemplares e que já está na 2ª edição, com mais 10 mil exemplares, pela Editora Elevação.

Na Coleção Afrânio Peixoto, da ABL, lançou o livro Múcio Leão – Centenário.

Com prefácio do jornalista Villas-Bôas Corrêa e apresentações dos acadêmicos Tarcísio Padilha, Arnaldo Niskier e Candido Mendes, escreveu o livro Tempo Diferente, em co-edição da ABL e a Topbooks.

Prefaciada pelo acadêmico Carlos Heitor Cony, lançou o livro História do Gás – do Rio de Janeiro ao Brasil, editada pela CEG e Pancron Indústria Gráfica.

Lançado pela "Editora União", escreveu o livro "O Brasileiro Rui Barbosa", na 2ª edição.

Na  companhia dos escritores Ney Figueiredo, Marcelo Tognozzi, Francisco Vianna, Leandro Fortes e das escritoras Claudia Izique e Marleine Cohen, escreveu um livro " Políticos ao entardecer" (Getúlio, JK, Geisel, Brizola, Andreazza, Covas e Lacerda), com texto sobre Café Filho " Um agitador na presidência", editado pela Cultura.

Murilo Melo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 27 de maio de 2020

FONTE – ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

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